sexta-feira, 23 de julho de 2010

"Quem gosta de música, não sofre de solidão"

No quadrilátero etéreo
A serenidade com a cara enfiada
Na greta da janela, à espreita,
Olhando, sentindo...
Enquanto vê, enquanto sente
O vento avista.
Ao pleno movimento da pista
Palavras dançando com luzes e cores
Tudo se mexe, no mesmo ritmo.
“Quem gosta de música, não sofre de solidão”.
O Vento cego que passou
Não viu o que trouxe,
O balanço da frase entre aspas
Mexeu com tudo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

À Esperança do Corpo

A lembrança enternece meu anseio
Tranquiliza a ousadia da vontade
Desarma e consome o impulso
Abranda quão irresistível a falta
O inanimado fastio me fadiga
Da força finda, resta a esperança
Saciar a fome do corpo
Que um dia a distância levou
Pra longe do meu.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Da Nossa Atrevida Saudade

Sim, ela bate, ela toca, ela sensibiliza
Chega de mansinho no meio do dia
Toda moderna, conectada, nos saltos da mídia
Invade o tempo, sem pedir licença
Traz consigo toda ânsia, todo afago
Ao vulto da maliciosa melancolia
Provoca arrepios...
Antagônico e sobrenatural calafrio
Faz transcorrer em segundos
Uma vida e um mundo
Sim, ela bate, ela toca, ela acaricia
Ela pulveriza, ela eterniza
Hiperbólica saudade.