quarta-feira, 8 de abril de 2009

Manhã Dégradé

Naquela manhã,
Tive que ser forte
Te olhar e, sem hesitar,
Dar um passo...
Começar o dia na displicente contradição.
Tropeçar no dilema cotidiano,
Mero obstáculo imaginário.
Abstrair a insaciável rotina
Predadora de afáveis fantasias,
Tive que ser forte...
Ver a distância crescer,
Lentamente dissipar odores e vestígios
Sentir a noite de ontem descortinar
Na púrpura manhã dégradé
Tive que ser forte...
Resignar a clareza da aurora
Encarar o fim da utopia noturna
Sentir esvair com a penumbra
Sonhos e desejos antes infindáveis
Tive que ser forte...
Nos passos daquela manhã.

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