quinta-feira, 9 de abril de 2009

Fio de Ariadne (Aos Cegos, Surdos e Mudos)

Me comunico à velocidade da luz,
Em mímica, gestos e sorrisos.
Me expresso rompendo a barreira do som
Com caras, caretas e golpes no ar.
Misturo balé com karate
Sorvendo, em sinais, o silêncio urbano.
O mudo fala sem som,
O cego vê sem luz,
O surdo orquestra sem notas.
Meu eco não se propaga,
Meu estímulo é imaginário
Minha escuridão é daltônica
Sou surdo sim... E não te escuto,
Sou mudo sim... E não te canto,
Sou cego sim... E não te vejo,
Mas penso, sinto e percebo.
Quero ir, quero voltar,
Falar e enxergar,
Mas sinto uma dependência residual.
Adversidades da vida,
Pra mim meu fio de Ariadne...

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